Finalizado - Uma memória distante

Zhao - Uma memória distante

A escuridão tênue que lhe impede de enxergar se tratava apenas de uma centelha que durou pouco mais de um segundo... Uma vermelhidão lhe possuí a visão enquanto o calor ambiente abraça o seu corpo. As sombras lentamente surgem quando seus olhos se abrem, revelando então uma paisagem de caos. Fagulhas ascendem em direção aos céus pintados em carmesim, os fachos de luz sobre as casas berravam com o grito dos inocentes. Ao longe, demônios negros montados em cavalos negros traziam as chamas e a dor. Sua respiração ofegante traz os sentidos de volta, e, o zumbido oco que lhe tomava a consciência lentamente permitia com que as chamas, passos e o som da madeira sendo chamuscada surgiam para ti. Sua mão se enrijece e você sente o cabo de sua lança pronto para o combate. À dez metros de ti, um cavaleiro em seu cavalo laçava com uma corda as pernas de uma senhora que vivia na aldeia Hirawata, o cavalo vinha em sua direção e o cavaleiro segurava uma espada Katana com seu braço esquerdo...

Zhao - Uma memória distante

Zhao adentra a estalagem e é recebido pelo ar quente provocado pela grande lareira central que adornava o salão, esta que tinha a sua base erguida por pedras sobre o chão de madeira do ambiente.

Havia um desnível entre a entrada e o interior do local, conectado por um degrau que descia pelo menos uns vinte centímetros após a fogueira.

Algumas mesas de chão decoravam aquela parte, pelo menos seis espalhadas nesta extensão da taverna. O balcão principal ficava aos fundos, uns três metros a frente e foi para onde Zhao se dirigiu.

Haviam três pessoas no bar, dois homens bebendo em uma mesa ao canto esquerdo e um outro dormindo sentado e com a cabeça pendendo para trás, haviam copos vazios em sua mesa também...

O dono do bar trouxe um copo com leite, não estava quente mas também não estava frio. Aquilo também tinha uma aparência questionável, como se estivesse com nata misturada. Ele acenou com a cabeça para o homem dormindo.

- 2 Zenis - anunciou o preço após apontar para o homem e aproximar o copo de ti sobre o balcão.

Zhao - Uma memória distante

Enquanto encarava o copo de leite observava o estilo pacato daquele estabelecimento, talvez sentindo-se desconfortável por não ser algo que estava acostumado.. De toda forma hesitou um pouco antes de o por na boca, mas quando o fez sentiu que era leite misturado com açúcar, assim como a nata...

Você vai até o homem dormindo e despeja o leite que se mistura com o resto do saquê no copo ganhando uma coloração estranha. O som causado pela queda do líquido é o suficiente para o homem despertar com um salto.

Ele olha para a esquerda e depois para a direita, um pouco confuso, depois lhe encara dos pés a cabeça... O homem possuía um cavanhaque, era calvo mas possuía um coque em sua nuca, além de cabelo nas laterais da cabeça:

– Zhin? – Perguntou com sua voz sonolenta...

Zhao - Uma memória distante

Ele te encara constantemente com uma feição ainda confusa, totalmente perdido com tudo o que você estava falando. Os olhos se perdiam ao ler as palavras em sua boca e assim que você terminou de dizer ele concordou com a cabeça.

Nomura respirou fundo, levando a mão esquerda em sua testa e esfregando-a como se estivesse com algum tipo de dor.

– Parabéns, você foi emancipado e agora ganhou um novo emprego... – ele disse, colocando sobre a mesa um pacote envelopado num pano surrado que continha uma Wakizashi e uma insígnia de ferro.

Zhao - Uma memória distante

O homem fecha o rosto e te encara seriamente, cerrando os punhos e esfregando a testa com um tom de desapreço por suas palavras. Ele se recosta e respira fundo, parecia estar tentando manter a calma:

– Sente-se, Zhin... Não seja uma criança – respondeu, pois não parecia nenhum pouco interessado em responder sobre os seus problemas, embora insinuou que alguma explicação poderia estar por vir.

Zhao - Uma memória distante

Assim que você agarra as vestes de pano pouco acima do torso coberto por armadura, você sente sua barriga afundar para dentro e uma dor que lhe impede de ficar de pé.

O soco de Nomura havia sido tão forte que você mal se aguentou continuar a falar, caindo sobre a mesa enquanto ele ajeitou a roupa.

– Incivilizado como uma criatura... – depois de se ajeitar levantou-se para lhe encarar por cima.

– Moleques como você são do pior tipo, cresceram no campo como animais, não sabem se comportar e são agressivos em qualquer situação – ele esperou, lhe dando tempo para buscar fôlego.

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– Ah é? E você vai para onde? – perguntou de maneira retórica, sabia que estava sozinho e abandonado num lugar desconhecido. Te encarava com um olhar incomodo de quem talvez também não quisesse estar passando por isso.

– Preste atenção, Zhin... Eu não posso responder sobre você mais do que a si próprio, apenas saiba que eu fui pago para te levar em segurança para um vilarejo chamado Utakata. Me disseram que você era importante e que o seu pai não queria te ver até que tivesse virado um homem de verdade, que você poderia aprender isso com Ryuzaki-dono... –

Após ter justificado, ele pegou o copo de saquê porém antes que pudesse o beber, notou o leite misturado, franzindo a sobrancelha e desistindo de beber.

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Ele esfregou a testa, espreguiçando os braços antes de se levantar e chacoalhar o rosto negativamente. Um bocejo deu pausa em suas ações antes que o homem se virasse lentamente enquanto comentava:

– Venha comigo, você não é o único motivo de eu ter vindo nesta vilazinha infeliz... – e então foi em direção a porta, soltando algumas moedas de Zeni sobre a mesa enquanto partiu em direção ao lado externo, esperando-te em frente a porta.

Já dava para ver o amanhecer a neve de fora, assim como a luz do sol iluminando o horizonte e as ruas de terra que agora compartilhavam espaço com a neve suja.

Zhao - Uma memória distante

Você segue Nomura em direção a porta, sentindo o frio do inverno o qual não ousava adentrar a estalagem protegida pelo calor da lareira no centro do bar... Para alguém acostumado ao calor, era muito desagradável aquele vento gélido atacando a sua pele sem piedade alguma.

O Samurai segue pela estrada, dando alguns passos antes de olhar para trás e verificar se você o estava seguindo.

– Parece que tem um Kappa por aqui causando problemas, dai como já era caminho eu peguei essa missão também... Vamos lá ver isso – argumentou, antes de se virar e seguir pela estrada.

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Enquanto caminhavam pela estrada de terra suja com neve, ou vice versa... Em uma tentativa de questionamento, você acaba desistindo mas o homem responde mesmo assim.

– Vai me dizer que nunca viu um? Hah, de qualquer forma vai ver... – comenta, olhando por cima do ombro e acenando positivamente com a mão esquerda.

Vocês continuam a trilhar rumo aos limites da aldeia, onde encontram um caminho que se destaca do povoado em direção a um templo aparentemente abandonado próximo a um bosque. Dava para ver no horizonte um lago no meio do bosque. O homem segue na direção do lago.

Zhao - Uma memória distante

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– Se sangra... Da pra matar! Lembre-se disso, garoto! – Respondeu enquanto caminhava, até lentamente desacelerar até ficar parado. Antes de prosseguir ele para te encara de novo, se virando na sua direção e com um semblante empolgado.

– Boa ideia, que tal você enfrentar ele?– sugeriu com o indicador erguido, como se fosse uma idéia revolucionária para testar suas habilidades. O homem dá uma leve gargalhada e continua a caminhar na direção do lago.