Finalizado - Abate Rápido

Antes de tentar invadir, iria primeiro olhar em volta da casa se teria alguma janela aberta ou qualquer tipo de abertura que me permitisse entrar. Caso não achasse nada, não tinha jeito... primeiro daria uma olhada em volta, para ver se tinha alguém me olhando. Caso sim, iria esperar um pouco para ver se a pessoa saía, mas de qualquer forma, seguiria, usando minha técnica Último Sussurro. Saquei a Wakizashi e a coloquei na pequena fresta, na parte acima do gancho de madeira. Fazendo isso, respirei fundo e realizei um corte vertical para baixo usando minha técnica, ao mesmo tempo que liberava o ar dentro de meus pulmões, buscando destruir o gancho.

Eu só esperava que eu não tivesse que pagar pelos danos, ou que alguém me visse e achasse suspeito, afinal, foi necessário para a missão... — "eu acho". Dei com os ombros, estando a porta aberta dessa vez, adentraria a casa.

Vida: 88/120
Chakra: 130(-10)/140

Após entrar, iria fechar a porta novamente, porque a porta aberta talvez chamasse mais atenção, algo que não me seria desejável, só que, claro, não usaria uma tranca, estaria apenas fechada. Após adentrar a casa, os calçados me chamaram a atenção, afinal, era uma boa chance de ter pessoas aqui. Tentaria andar com mais calma, sem fazer muito barulho, ainda que eu não tivesse habilidades em furtividade. Apesar de que se tivesse alguém, não estariam eles cientes da minha invasão?

Fora isso tinha... um gemido de dor? Deixei minha Wakizashi na bainha, mas fiquei com minhas mãos sobre ela, a segurando, caso tivesse que a retirar rapidamente, Lentamente caminhei até o lugar de origem do barulho, olhando em volta para ver se ninguém estava vindo em minha direção. Certamente tinha alguém naquele lugar... mas seria um selvagem ou um prisioneiro... talvez ambos?! Tentaria não aparecer diretamente à pessoa que estivesse na sala de onde estava o som, tentando olhar o lugar atrás de uma parede ou algo que permitisse ver o local sem ser visto, se assim fosse possível.

Vida: 88/120
Chakra: 140/140

O que... era aquilo?! O que... era aquilo?! Eu já matei ao longo da minha vida e vi... coisas que eu não gosto de me lembrar, mas aquela cena era apenas horrível. Em primeiro momento tinha achado que ela seria alguma prisioneira, mas... ela parecia estar apenas doente? Ao menos não tinha visto nada que a prendia na cama, fora a própria saúde. Seria essa apenas uma casa comum, teria eu invadido a casa de um civil? Ou... seria ela uma selvagem que ficou debilitada após um combate? Eu já não tinha mais certeza. De qualquer forma, era uma pessoa ferida...

Bem, ela pode possuir informações...  mas  poderia ser apenas uma civil como qualquer outra...

É como eu digo, matar é sempre mais fácil... o que o vovô faria? Começaria a refletir comigo mesmo, e sem perceber, eu teria abaixado a guarda, retirando a mão da Wakizashi. Pensando bem, o vovô recentemente parece estar com uma saúde não tão boa... poderia ele ficar dessa forma algum dia... em um estado tão deplorável? Não... não, o vovô apenas está velho, não é como se ele tivesse recebido uma ferida em batalha ou estivesse doente, como provavelmente é um dos casos da mulher na cama. Iria deixá-la em paz e pegar o outro caminho da casa em que estavam os chinelos... ao menos era o que eu queria fazer, mas não o que estaria prestes a acontecer.

Eu tinha ficado um pouco fragilizado com o estado daquela mulher, tanto que eu acabei dando passos para frente para me aproximar dela, antes mesmo que eu pudesse me impedir. Não sabia explicar minhas ações, eu só senti vontade de me aproximar dela, e assim fiz... sem querer querendo.


Vida: 88/120
Chakra: 140/140

Inconscientemente coloquei minha mão esquerda, tampando meu nariz e boca por alguns segundos, gesto remetente ao meu trauma de infância. Tão frágeis eram os humanos... ao serem envenenados, atingidos por armas, ou... ficando alguns minutos sem respirar... tão facilmente morremos. Setsuko morreu, essa mulher irá morrer, o vovô vai morrer, e eu... irei morrer, sem nunca ter sido feliz em minha vida. Minha respiração tornou-se irregular, perdendo a concentração de meu jutsu. Meu rosto, que era normalmente estático, mas dessa vez assemelhava-se mais a de uma pessoa comum, estava em mim uma genuína expressão de um misto de tristeza e medo. Poderia até parecer que eu estava chorando, se não fossem por meus olhos que estavam secos.

Em uma situação comum, eu teria ficado um tanto satisfeito de ter conseguido expressar minhas emoções, mas o momento não me permitia isso, ainda mais na frente de dois desconhecidos, logo após eu ter invadido a casa deles. C-claro, isto supondo que eles não sejam selvagens...

Meu olhar voltou-se para o chão, ao ouvir a pergunta do homem, conseguindo respondê-lo apenas com outra pergunta ━ "O que... aconteceu com ela?". Minha voz tinha falhado por um momento, forçando-me a respirar fundo antes de continuar a falar ━ "Desc..ulpe... m-meu nome é K-kurisu Shiaku". Por que eu estava tão abalado?! Eu não tinha uma resposta exata... eu sabia, pessoas se machucam, ficam doentes, morrem... seria por ter sido inesperado encontrá-la daquela forma? Ou pela pessoa em tal estado não ser vista por mim como inimiga? Por ter me feito contemplar a morte de uma forma mais realista? Pela tensão que eu já estava anteriormente por estar invadindo uma casa? O nervosismo de ser confrontado em uma situação em que eu não sabia bem se eles eram meus inimigos? Eu não sabia...

Ainda com aquela expressão aborrecida e assustada, meus pensamentos só voltavam para a mulher na cama ━ "O que... aconteceu com ela?" ━ até eu, que não tinha habilidades sociais sabia que eu estava sendo invasivo ao perguntar algo do tipo, mas eu não consgui me segurar, eu não estava acostumado a sentir tamanha ansiedade. Eu tinha invadido a casa deles, mas seriam eles selvagens mesmo, ou apenas vítimas de selvagens? Eu queria falar outra coisa, mas minha voz não saia... queria a resposta para o meu questionamento.

Rosto de Shiaku:

Vida: 88/120
Chakra: 140/140

Inspirando fundo, buscando me acalmar para conseguir raciocinar com mais calma. Meu rosto tinha retornado ao estado quase normal, exceto pelos meus olhos que ainda estavam com um ar de preocupação, e por vezes eu ainda me pegava olhando para a moça deitada... tão frágil. "Eu..." ━ parei por um instante, pensando se devia mesmo falar para eles a respeito de minha identidade, poderiam eles ser os selvagens mesmo? Pareciam tão... civilizados ━ "Eu estou em uma investigação... faço parte do exército" ━ tentaria ver bem a reação do homem após minha fala ━ "Eu só gostaria de fazer algumas perguntas... se tudo bem por você".

Estava tentando me recompor, regulando minha respiração novamente de modo a me recuperar meus sentidos para ficar alerta, afinal, aquele homem era um desconhecido, estava armado e era potencialmente um selvagem, até onde eu sabia. "Peço desculpas pela invasão... é importante" ━ a resposta de antes dele tinha sido um tanto evasiva e ele parecia inquieto... bem, alguém tinha acabado de invadir a casa dele, então dava para entender, mas teria algo mais a fundo disso? Poderia o homem ser um civil, mas a mulher uma selvagem que se feriu em batalha, e enquanto machucada fugiu e se encontrou com ele? Ou eram os dois selvagens... ou nenhum? Antes de tirar alguma conclusão, precisava de mais respostas.

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Chakra: 140/140

Meus olhos voltaram à mulher que estava aos berros ━ "Terrível... eu não acho que ela esteja em condições para me dar respostas..." ━ meus olhos escolhiam, reagindo ao meu desgosto com a situação. Retornei o olhar ao homem, que estava visivelmente desconfortável ━ "Há quanto tempo ocorreu o ataque? E... você já a conhecia?" ━ omitiria a pergunta em seguida caso a resposta fosse que sim, a conhecia, mas caso não conhecesse, diria ━ "E... qual motivo você tem para ajudá-la?".

"É provável que as pessoas as quais estou perseguindo foram os responsáveis... por isso... então qualquer informação que você tiver me será de bastante ajuda" ━ respirei fundo, e prossegui ━ Irá ajudar a impedir que algo assim aconteça novamente..." Poderia elevar minha voz um pouco, apenas para ser ouvido, caso os gritos estivessem muito altos. Não queria forçar demais o civil, que já estava inquieto, mas eu precisava de mais informações.

Vida: 88/120
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